Racismo no futebol
Há toda uma expectativa em torno da punição que a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) vai aplicar ao Real Garcilaso por conta das ofensas racistas que a torcida do clube peruano cometeu contra Tinga, atleta do Cruzeiro, durante jogo pela Taça Libertadores entre os dois times, na semana passada, em Huancayo, no Peru. Presidente da Conmebol, o uruguaio Eugenio Figueiredo afirma que a comissão de disciplina da entidade vai atacar o racismo, mas não dá pistas sobre o peso da punição. "A lei está escrita, não há que inventar nada", diz o dirigente. O segundo parágrafo do artigo 12 do regulamento disciplinar da Conmebol prevê multa de US$ 3.000 (o equivalente a R$ 7,2 mil), o que, convenhamos, seria uma punição branda ao clube peruano, considerando o inaceitável comportamento de sua torcida - que imitava sons de macaco toda vez que Tinga tocava na bola. Já entre as punições previstas no terceiro parágrafo, as mais severas são a perda de pontos e até mesmo a desclassificação da equipe na competição. Espera-se da Conmebol uma atitude à altura, suficientemente forte para, de fato, estabelecer uma cultura de tolerância zero no futebol sul-americano contra os primitivos atos de racismo. Caso contrário, o episódio ocorrido em Huancayo pode se repetir cada vez mais no continente, a exemplo do que recorrentemente acontece na Europa, onde os clubes envolvidos em discriminação racial recebem punições sem o rigor devido por parte da União das Associações Europeias de Futebol (Uefa, na sigla em inglês). Por outro lado, vale ressaltar, a Fifa deu ótimo exemplo ao excluir da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, o zagueiro croata Simunic, que gritou saudações fascistas no ano passado ao comemorar em campo a classificação de