Sem qualquer ponto somado em seis possíveis, depois da disputa das duas primeiras jornadas, o grupo comandado por Romeu Filemon está obrigado a vencer esta noite o jogo referente à terceira ronda, de modo a saltar para a terceira posição do Grupo C, e na próxima quarta-feira, no Estádio Nacional 11 de Novembro, repetir o feito.
O pleno de vitória na dupla jornada com o Lesoto relança a campanha de qualificação dos Palancas Negras, que estão quase arredados da disputa da 30ª edição da maior reunião futebolística do continente, depois de cinco presenças consecutivas (2006, 08, 10, 12 e 13).
As derrotas na visita ao reduto do Gabão, por 1-0, na partida de estreia, e em casa diante do Burkina Faso, por contundentes 3-0, com claro domínio dos Cavalos burquinabes, desacreditaram os Palancas Negras, cuja aposta sob a batuta de Filemon é atingir o topo em África, numa espécie de ruptura com o passado recente marcado por presenças descoloridas em fases finais da competição. Apesar dos problemas administrativos registados na preparação, nomeadamente a ausência do avançado Manucho Gonçalves, por envio tardio da convocatória ao Rayo Vallecano da I Divisão de Espanha, pela Federação Angolana Futebol (FAF), a Selecção Nacional está em Maseru determinada a conquistar os três pontos.
Ainda sem saber se pode utilizar Dolly Menga do Sport Lisboa e Benfica B, o jogador aguarda por uma resposta da FIFA quanto à sua elegibilidade para os Palancas Negras, uma vez ter actuado pelos Sub-21 da Bélgica, o seleccionador nacional resume o seu vocabulário à conjugação do verbo vencer. Os jogadores disponíveis, com destaque para os regressados Geraldo, do Curitiba do Brasil, e Ricardo Job, do Petro de Luanda, dois médios de forte pendor ofensivo, estão cientes do carácter imperioso da vitória no terreno do Lesoto, porque outro resultado esfuma as esperanças de qualificação.
A equipa nacional pode tirar partido do facto do Gabão receber o Burkina Faso, em Libreville. O triunfo das Panteras gabonesas complica as contas dos Palancas Negras, que torcem pelo bom desempenho dos Cavalos, de forma a atrasarem o adversário na segunda posição, pois em caso de empate fica com apenas dois pontos de vantagem, num quadro de vitória dos Palancas Negras esta noite.
O sucesso da selecção passa pelo resgate da capacidade competitiva, qualidade não revelada nos dois primeiros jogos, sobretudo na valorização da posse da bola. As derrotas tiveram fundamento na incapacidade da equipa de trocar três passes seguidos e atacar a estrutura defensiva contrária em situação de vantagem.